Ao ser convidada para escrever o meu
primeiro texto para esta coluna,hesitei, pois o que normalmente eu faria para
iniciar uma publicação em um site para o qual fui convidada seria escrever um
texto literário: poesia, conto, crônica. . . No entanto, outro gênero
textual me veio ao coração e à mente.
Não farei poesia, embora o tema provoque reações similares às causadas
após a leitura de um bom poema.
Como professora que sou , estou
sempre vivenciando discussões acerca da inclusão social : Bullyng, preconceito
racial, sexual, religioso, discriminação contra pessoas com deficiência são
cânceres que devoram a sociedade e cárceres que aprisionam as pessoas dentro de
uma jaula de infelicidade por não poderem ser o que elas , de verdade,
são. De um lado, vemos gente séria,
bacana, que se importa em transformar as coisas e construir um mundo melhor; De
outro , vemos a falácia daqueles que dizem não possuir preconceitos, mas que
não suportam viver com as diferenças. Se fôssemos de fato cristãos, como o diz a maioria saberíamos viver o maior mandamento de Cristo
que é, lembremos: “Amai-vos uns aos outros, assim como vos amei”. Mas por que amamos na igreja, na hora do
ritual religioso, na frente dos membros de uma instituição qualquer e não
amamos em casa, nos ônibus ( quando se senta ao nosso lado um portador de deficiência,
um negro, um pobre, um mendigo, um gay, um idoso. . . ) nas escolas, e nas ruas
por onde passamos?
A meu ver, de nada adianta o nosso
discurso se na prática continuamos a perseguir um padrão único de vida, uma
forma homogênea de comportamento social.
Não conseguiremos usufruir de avanços se permanecermos com um pensamento
retrógrado que acaba assassinando vidas , mesmo sem a utilização de armas
concretas. Inclusão significa aceitar as diferenças, e não somente aceitar mas
aprender com elas. Olhemo-nos no espelho e vejamos o quanto seria insuportável encontrar
pessoas iguais a nós em todos os lugares por onde passássemos. A diferença é
que dá a beleza da vida, vejamos as cores da natureza como são todas
diferentes- quem aguentaria um mundo
monocolorido?
Incluir não significa somente pôr
rampas nos prédios ou publicar livros em braile, incluir significa ver o outro
como um semelhante nas diferenças , aceitar o outro , aprender com ele e, acima
de tudo, saber amá-lo.
Inclusão não é só aceitação,é AMOR.
Obs.: Esse texto foi escrito para um site.
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