31.10.06

Sobre Ensaio da Cult

Sempre achei chatas as sinopses que vêem nos jornais contando as histórias dos filmes e peças de teatro. No entanto, nunca havia pensado nelas como um gênero literário ou como qualquer coisa que pudesse vir a ter qualidade literária. Essa semana me surpreendi com um ensaio do Francisco Bosco acerca da nulidade semântica das sinopses. Para ele ,existe uma "mania encarniçada de transformar tudo em narrativa", essa mania recalca o significante. A partir de uma afirmação do teórico francês Paul Valéry, na qual este reflete sobre a capacidade das palavras de se esvaziarem de sentido se submetidas ao uso repetitivo, Bosco argumenta que não é somente a repetição que anula a linguagem.As informações que cercam as sinopses- o diretor do filme, o cinema em que que está em cartaz, o horário- são de mais valia para o leitor do que os tais resuminhos didáticos e chatos. Dica de leitura, então. Curioso e interessante encontrar alguém que se preocupe com o modo de dizer as coisas , com a forma das sinopses.
Cult- " Dossiê Mito e verdade na tragédia grega"- Ano 9

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