28.2.09

Ao velho furado de Recife

Ele possuía um buraco na garganta que lembrava a abertura do gargalo da minha skol.
Eu estava em pé ao seu lado no ônibus que me levava para Olinda.
Aquilo não era nada bonito, ao contrário me dava uma tristeza de cortar o coração.
Ele era velho e olhava para todos os lados com o ar de quem pedia socorro em silêncio.
Eu o socorri, juro ! Eu sonhei tapando aquele buraco à noite inteira.
Não queria vê-lo mais, mas ele me perseguiu em sonho durante toda a noite.
No caminho de volta para João Pessoa, pasmem seus babacas, vi um homem com a garganta enfaixada e acreditei que era o mesmo velho que me perseguira em sonho.
Acreditei que ele estava curado e que eu quem o curei.

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