26.3.08

Tradução livre da ode a Cassandra, do poeta Ronsard- século XVI- La Pléiade.

Mignonne, allons voir si la rose
Qui ce matin avait déclose
Sa robe de pourpre au soleil,
A point perdu cette vesprée
Les plis de sa robe pourprée,
Et son teint au vôtre pareil.

Las! voyez comme en peu d'espace,
Mignonne, elle a dessus la place,
Las, las ses beautés laissé choir!
O vraiment marâtre Nature,
Puisqu'une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir!

Donc, si vous me croyez, mignonne,
Tandis que votre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez votre jeunesse:
Comme à cette fleur, la vieillesse
Fera tenir votre beauté.

Odes, I, 17

Menininha, vejamos se a rosa
Que na manhã desabrocha
Seu vestido de púrpura ao sol
Não perde neste desvelo
As dobras de seu vestido vermelho
E a tez a sua igual.

Ah! Vê como em pouco espaço,
Menininha, a rosa em curtos passos,
Aqui e ali suas belezas deixa cair!
Oh! quão madrasta é a natureza,
Pois que de uma flor tanta beleza
Num só dia fez sumir!

Por isso, se você em mim crê, menininha,
Ao passo que sua idade caminha
Em sua mais verde novidade,
Colha, colha o que floresce:
Como a essa flor, a velhice
fará tombar sua mocidade.


Obs: a mudança de tempo verbal e a tradução não literal de muitas palavras foram necessárias na busca da compatibilidade entre o ritmo, a métrica e o som do poema de Ronsard, em francês, e esta tradução.

Tradução feita por Renálide carvalho, logo após aula do professor Alexandrino, Literatura Francesa I.

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